Quem tem medo do Halloween?
Me desculpe quem tem, mas eu precisava desabafar. Há muitos e muitos anos eu vivo escutando sobre as origens negras do Halloween, sobre como é uma festa que cristãos não deveriam comemorar e que não se deve e pronto.
Bem, tendo morado nos EUA, eu não consigo entender tudo isso. Não que eles, os americanos, tenham razão em tudo, de jeito nenhum, mas só quem já viu a alegria e leveza dessa festa, entende que esses temores são infundados...
Sei da origem pagã (muitos e muitos e muitos e muitos anos atrás, séculos para ser mais clara), mas sei também o que é, vivenciei isso na pele: uma comemoração alegre, festiva, folclórica...Um dia de se fantasiar, incorporar um personagem, brincar, comer doces, estar com amigos, com os pais, andar pela vizinhança, sorrir, ser feliz, enfim!
Muitos cristãos brasileiros não concordam e afirmam ser um dia de pecado. Ah, por favor, eu não consigo entender esse julgamento. Consigo entender que não queiram para si por várias razões, mas julgar os outros, é algo que não se deve fazer. Pelo menos em minha opinião.
Lá nos EUA a maioria é protestante e muitos desses vão à igreja sim, são fiéis à Palavra sim, amam e temem a Deus sim e na sua grande maioria, comemoram esse dia tão alegre.
Se fôssemos analisar o que é pecado ou não, eu não iria tão longe no julgamento, ficaria aqui mesmo no Brasil. Eu começaria com os deslizes que muitos que ojerizam essa festa podem cometer (não que cometem, não todos, mas que podem sim cometer) a qualquer dia do ano e não só nesse dia 31 de outubro:
Vamos lá, vamos citar alguns:
Julgar os outros, mentir sobre coisas simples ou mais graves, fofocar, não ajudar a quem precisa, gritar, bater e manter violência física ou psicológica em seus filhos, mentir que alguém não está quando atende o telefone, parar em fila dupla, ou em local que não se deve estacionar, comprar coisas piratas, alterar valores para o imposto de renda, deixar filho menor de idade dirigir, comprar a versão pirateada de antena, dar troco a menos, perceber que recebeu troco a mais e não devolver, falar mal dos outros, ouvir e não fazer nada para parar isso, etc, etc, etc...
Além disso, quando eu era jovem e frequentava a igreja não era adequado dançar, ouvir certos tipos de músicas, agora, as meninas dançam com roupas cobertas mas esvoaçantes na frente da igreja e os jovens tocam bateria, guitarra e certos tipos de música que antes, "Deus me livre"...
Não consigo entende essa mudança e olha que não faz tanto tempo assim...
Sei que muitos podem dizer que uma coisa não tem nada a ver com a outra, que o Halloween tem nas suas origens algo que não devemos estar em contato, mas e tudo aquilo de não certo que falei antes e que muitos fazem ou estão em contato todos os dias e não fazem nada a respeito?
Por que se preocupar com algo que nem é lembrado (a tal origem) ou que já não tem mais sentido nenhum? Algo folclórico. Algo leve.
O Halloween não é o dia das bruxas, os fantasminhas que aparecem não representam o mal, o drácula não vai fazer nada, as aranhas não vão nos pegar...
O nosso boi da cara preta é tão assustador quanto essas coisas, mas quer saber? As crianças precisam dessas coisas para crescerem saudáveis, para dar forma, cor e som ao medo que sentem naturalmente.... Tirar tudo isso das crianças não é saudável (mas isso é assunto para outra postagem).
Sei que alguns podem pensar: Coitada dessa aí. Tão iludida! Não tem o discernimento das coisas. Está equivocada e nem sabe!
Mas isso, até você pode estar sobre isso e tantas outras coisas, não é?
E mais uma coisa: procuro ser justa, não falar mal de ninguém para os outros (mesmo que ainda possa pensar), muito menos julgar em voz alta, pago meus impostos, devolvo troco errado, não estaciono em local que não devo (mesmo que dê voltas e voltas), procuro não mentir, dou seta no trânsito, procuro ajudar quem posso, e vários outras coisas que ainda não estão como devem, mas que estou tentando melhorar ...
Não, não sou santa! Mas procuro agir com os outros como gostaria que agissem comigo.
Erro? Sim, erro!
Tenho defeitos? Sim, muitos!
E um deles está voltando à ativa depois de um tempo adormecido: falar o que penso quando sinto cheiro de injustiça ou maldade no ar. Mas o problema é que meu tom desce do salto e mesmo estando certa, posso parecer má, amarga ou errada.
Mas hoje eu precisava desabafar!
E vamos ao que importa:
Viva a alegria das crianças, nesse dia e sempre!
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