terça-feira, 13 de outubro de 2009

Coisas de Luciana: Nós e as crianças! 12/10/09

Todo mundo diz que tem saudade dos tempos de criança. Que era bom porque não tínhamos responsabilidades, nem contas e nem preocupações excessivas, mas quase ninguém se lembra que para cada passo que dávamos, tinha alguém observando, moldando, reprimindo, dizendo o que devia ser feito ou não...

Eu prefiro ser adulta. Eu prefiro trabalhar. Eu prefiro ser dona do meu nariz. Eu prefiro essa falsa liberdade que temos porque por mais preocupante que tudo possa ser no mundo adulto, se estamos na profissão correta, se temos ao nosso lado um companheiro que nos acrescenta, se temos alguns amigos, filhos e sonhos estamos muito melhor do que éramos quando estávamos crescendo e tínhamos tanta coisa a estudar, decidir, batalhar e lutar.
Tive uma infância muito boa e tenho ótimas lembranças, mas ainda assim prefiro a maturidade.
Só algo invejo da infância: estar rodeada de pessoas com olhos de aprendizes. Estar ao lado de pessoas que não tinham certeza de nada (ou quase nada), que sabiam que tinham ainda muito que aprender e que para isso teriam que estar sempre de olhos e ouvidos bem abertos.
Eu tenho pavor de certezas. Tenho pavor de gente que parece saber tudo, ter resposta para tudo e que analisa o comportamento ou o trabalho do outro com aquele olhar de superioridade de quem sabe muito, estudou muito, aprendeu muito e que por isso julga-se no direito de poder julgar.
Detesto verbo no passado ou ponto final e olhos fechados em qualquer assunto de minha vida (ou que façam isso comigo profissionalmente ou na minha vida pessoal).
Sempre tem algo que podemos aprender, sempre temos que manter nossos olhos e ouvidos realmente abertos, sempre podemos estar errados, sempre pode haver erros nas teorias comprovadas, sempre temos que dar uma segunda chance, sempre devemos procurar entender o outro lado, sempre devemos ter humildade e saber que enquanto estivermos vivos, podemos aprender e que ter certeza absoluta e julgar por ela, pode ser perigoso para si mesmo e para os outros.
Nisso, invejo as crianças e o seu mundo: elas naturalmente sabem que não sabem tudo e justamente por isso aprendem tanto!
Quem dera todos os adultos fossem assim!

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