sábado, 28 de novembro de 2009

Coisas de Luciana: A mentira necessária! 29/11/09

Vou dizer algo que pode fazer com que as pessoas ou não me compreendam, ou não concordem, ou me julguem, ou possam começar a duvidar do que digo, mas vou dizer mesmo assim:
A mentira é necessária!
Estou farta das pessoas anunciarem a todo custo e com todo orgulho:
-Sou uma pessoa sincera!
-Sou autêntica!
-Sou o que sou!
-Falo o que penso!
Depois de muitas experiências, depois de muito observar, digo o que penso...

Isso tudo é fruto da nossa capacidade de usar a Língua Portuguesa para dar voltas e não dizer a verdade:
-Sou mal-educado!
-Não ligo para o que as pessoas sentem ou pensam!
-O que vale é o que eu penso e sinto!
-Vocês que se explodam!
Aí, usam a tal da sinceridade, da autenticidade ou sei lá o que como desculpa para a crueldade, falta de sensibilidade e a linda habilidade de se colocar no lugar do outro. E ainda ficam bonitos na fita (como dizem por aí) porque é tão legal estar rodeado de pessoas que são sinceras porque aí podemos confiar em tudo o que elas dizem, não é?
Balela!
Todo mundo mente! Todo mundo é de um certo modo egoísta! Todo mundo! E essas pessoas usam de uma qualidade que acreditam ser nobres para fazer o mal a outros, mesmo que nem percebam (será?)
Vivemos em sociedade e devemos tentar amenizar os atritos sim. Para que ofender? Para que magoar à toa? Para que?
Para anunciar com orgulho sua sinceridade ou sua autenticidade?
Bem, tenho más notícias: você também mente quando lhe convém, não é?
Então, se não posso mudar o mundo peço um favor: minta para mim, me deixe feliz mais um pouco, me deixe na ilusão mais uma noite.
Não! Não sou a favor da mentira em muitas situações. Estou falando das "mentiras brancas".
Então se for para me magoar à toa, me poupe por favor!
Mas também existem pessoas que não são como as citadas acima (aquelas que anunciam a todo custo sua sinceridade, autenticidade, etc), pessoas que prezo, gosto, tenho carinho, mas que em determinadas situações não utilizam esse recurso tão mal-interpretado (a mentirinha ou omissão) e evitam o sofrimento do outro!
Olha, pode parecer crueldade e insensibilidade de minha parte não entender o outro lado, mas eu não preciso saber da real verdade do motivo que te fez faltar à festa de minha filha, chegar muito atrasado em um evento importante para mim, não me ligar quando estava precisando, não me chamar para fazer alguma coisa. Esse tipo de verdade pode magoar quem já está mais sensível. Se não quiser mentir, omita. Muitas vezes, é melhor...
Não preciso saber que estou magra demais (ou gordinha), ou que meu corte de cabelo ficou horrível, que rosa não fica bem em mim, que minha filhinha ou eu tem ou faz isso ou aquilo diferente dos demais, que meu marido está assim ou assado, que você foi a uma festa (ótima) de alguém que nós dois conhecemos e que eu não fui convidada, que alguém que gosto falou de mim, que...
Eu sei de quase tudo isso e se não sei, será que é a melhor hora para me falar? Certos tipos de verdade podem magoar quem já está mais sensível. Se não quiser mentir, omita. Muitas vezes, é melhor...
E por favor, não me entendam mal: certas coisas mais sérias precisam ser faladas sim. Com jeito, com tato, na hora certa simplesmente porque você se importa comigo porque aí se não for falada demonstra falta de carinho.
Saber ver a diferença é a chave e a solução para tantos mal entendidos e mágoas desnecessárias.
E é isso que tento buscar! E se por acaso já te magoei com alguma "verdade", por favor, me desculpe. Vou procurar cada vez mais me colocar no lugar de outro e avaliar o que vou dizer. Muitas vezes, é melhor ficar quieta ou mentir uma mentirinha.

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