A tristeza!"Todas as famílias felizes são parecidas entre si. As infelizes são infelizes cada uma a sua maneira."
Toltói inicia assim seu livro Ana Karênina. Um dia quando comecei a ler esse livro, parei nessa frase e ali fiquei um bom tempo. Pensei, analisei, cheguei a alguma conclusão e a conclusão nenhuma. Mas hoje não sei quantos anos depois, consigo entender bem mais o que ele quis dizer (ou o que eu quero acreditar que seja)...
Mas não importa, o que importa é que concordo e isso me basta por enquanto, me ajuda a seguir em frente sabendo que nada, nem ninguém nunca vai conseguir dimensionar a dor do outro como podemos dimensionar sua alegria!
A alegria é parecida! Converse com qualquer ser humano que está amando, com qualquer mãe apaixonada, com qualquer criança que acabou de ganhar um presente, com qualquer adulto que conseguiu uma promoção, um carro, uma casa: se você já passou pela experiência, você se sentirá próximo dessa pessoa, você se sentirá íntimo, você entenderá exatamente o que ela está sentindo.
Mas o que mais me impressiona, é o fato de você conseguir encontrar muitas pessoas que estão passando pela mesma alegria que você, ou que já passou ou que está perto de passar.
Mas quando nos sentimos tristes...ah, que solidão amarga essa tristeza. Você pode até encontrar pessoas que estão ou já passaram por isso, mas é como se ninguém pudesse entender de fato o que você está sentindo. É como se sua dor fosse totalmente particular, diferente, mais visceral, mais profunda, mais sem solução!
Se você não concorda comigo, tudo bem. Espero mesmo que nunca concorde porque senão saberei que você já passou por uma situação de tristeza real e profunda que acabou mexendo com suas convicções e isso eu não desejo para ninguém!
E viva a literatura! Uma das melhores amigas do homem feliz ou miseravel!
P.S. Às vezes nada, nem ninguém poderá acabar com sua dor, mas na dúvida, deixe-se acolher por um colo oferecido. E se não te oferecerem (a possibilidade é grande), peça, você não vai se arrepender!
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